Chakall prepara "receitas para a troika"
"Receitas para a troika" pretende oferecer soluções para os problemas reais. "A ideia é mostrar às pessoas o que podem fazer com o que têm no frigorífico. Dar sugestões do que podem fazer de diferente com certos produtos", defende o 'chef', que não gosta de desperdícios. "É o primeiro programa educativo que vou fazer", afirma Chakall.
A ideia do programa, que começa a ser filmado no fim do mês, é ser multiplataforma. Os interessados podem receber de manhã uma mensagem no telemóvel de qual a receita disponível naquele dia e, ao chegar a casa à noite, ver o vídeo no seu 'tablet' ou computador. E também no seu canal no MEO. "Uma receita nova de segunda a sexta-feira, durante para já três meses, mas com a hipótese de ir para além dos seis meses", disse Chakall.
Em relação à crise que afecta Portugal e as medidas de austeridade, o 'chef' argentino confessa que pensa sempre no que faria se estivesse no Governo, sabendo que só quem está por dentro tem a verdadeira noção do que se está a passar. Mas mostra-se contra a solução de "cortar com tudo", que não está a fazer crescer a economia. "A solução do Governo parece ser a de cortar a árvore toda e plantar uma nova. Não é cortar alguns ramos, dar-lhe água para conseguir que volte a crescer", explica.
Questionado sobre que prato cozinharia para o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Chakall diz que ele deveria comer o que as pessoas mais pobres de Portugal estão a comer, para ter uma ideia do que se está a passar.
Chakall diz por vezes viver numa situação de "Jekyll e Hyde", já que tem negócios tanto em Portugal como na Alemanha, onde "não existe a palavra crise". Ao contrário do nosso país, onde crise é quase "a letra 'a' do abecedário". Na sua opinião, Portugal devia ser como a Suíça. Especializar-se na qualidade e melhorar o marketing, uma tarefa que admite demorar anos.